Ministério da Saúde e Facebook fazem parceria para incentivar doação de órgãos


Além de perguntar sobre filmes preferidos e locais de trabalho, a partir desta segunda-feira, o Facebook disponibiliza no Brasil o campo "doador de órgãos", para que o internauta possa deixar visível essa opção.
"Acreditamos que essa iniciativa vai aumentar ainda mais o número de doadores, vai facilitar para que qualquer indivíduo deixe clara sua opção, registre em vida (...) Acreditamos que vamos criar um burburinho sobre isso, vamos dialogar com um público jovem", afirmou nesta segunda-feira o ministro Alexandre Padilha (Saúde), que anunciou a nova funcionalidade ao lado do representante do Facebook, rede que agrega mais de 37 milhões de usuários no país.
Com a ferramenta, o ministério pretende ampliar a cultura da doação de órgãos no país. Funcionalidade semelhante foi lançada nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha em maio deste ano.

Nos Estados Unidos, segundo Padilha, a manifestação dos americanos em serem doadores aumentou 40% após a nova ferramenta do Facebook. O ministro já manifestou, em sua página pessoal, a vontade de ser doador ele mesmo.

No Brasil, cabe à família a palavra final sobre a doação. A ideia da funcionalidade é facilitar a manifestação da pessoa e, assim, incentivar a família na hora da decisão.

"Acreditamos que essa parceria vai poder dar a possibilidade de as pessoas, de maneira muito simples, declararem sua intenção. No momento em que for necessário, a família e os amigos saberão da intenção da pessoa", afirmou Alexandre Hohagen, vice-presidente do Facebook para a América Latina.

José Osmar Pestana, presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, disse que a ferramenta pode, sim, ajudar a alavancar as doações. "O que decide se a família diz 'sim' ou 'não' é o fato de a pessoa ter dito em vida se queria ser doador. Toda vez que a família nega é porque o indivíduo não falou em vida."

O ministro afirmou que a ferramenta não vai causar insegurança ou quebrar a ordem da fila de transplantes. "Não estamos mudando nenhuma lei, não vai permitir criar qualquer mercado de órgãos no país, por ser um sistema nacional, público e gratuito", disse Padilha.

Para declarar a intenção da doação, a pessoa deve fazer o "log in" no Facebook e clicar para atualizar seu "status", explica Hohagen. Em seguida deve clicar em "evento cotidiano", "saúde e bem estar" e, então, optar.

TRANSPLANTES

O ministério também divulgou, nesta segunda, dados sobre transplantes realizados nos primeiros quatro meses do ano. Eles indicam, de forma geral e na comparação ao mesmo período do ano passado, aumento de 29% no número de doadores e de 37% no número de transplantes, com destaque para aumento no número de transplantes nas regiões Norte e Centro-Oeste e de transplantes de coração --um dos desafios do país.

Este ano, o país atingiu a marca de 13,6 doadores por milhão da população. Em 2003, o índice estava em 5. Segundo o ministério, com esse novo índice o país superou a meta estabelecida para o fim de 2013.

De acordo com Padilha, o SUS tem capacidade para absorver os novos potenciais doadores. "Temos uma carência de doadores. Com a estrutura que temos, temos estrutura para absorver um número cada vez maior de doadores no país: 13,6 é a média nacional, temos Estados que atingiram 20." (JOHANNA NUBLAT)

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