Proporção de casos de câncer no Rio Grande do Sul supera São Paulo
Tumores de mama, próstata e pulmão, além do melanoma, apontam maior tendência de
crescimento no comparativo entre gaúchos e paulistas
São Paulo é líder nacional para as ocorrências de câncer no país, fator
relacionado ao número de habitantes. São mais de 41 milhões de pessoas vivendo
em território paulista, segundo o último Censo do IBGE. No entanto, no Rio
Grande do Sul, onde a população é bem menor, com aproximadamente 10,7 milhões de
pessoas, os números preocupam. O volume de casos da doença, estimado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), aponta tendência de alta quando considerada
a proporcionalidade populacional entre os dois estados.
Dos seis tipos de neoplasia mais incidentes (com estimativa superior a 20 mil
casos por ano) – pele não melanoma, próstata, mama feminina, intestino, pulmão e
estômago - três deles têm maior número proporcional de casos. O dado mais
alarmante, entretanto, é com relação ao câncer de pulmão. Enquanto São Paulo
apresenta uma incidência estimada em 6.960 pessoas diagnosticadas, o Rio Grande
do Sul aponta 4.180 ocorrências. Ou seja, entre os gaúchos, o câncer de pulmão
atinge 2,3 vezes mais pessoas se a mesma projeção for considerada.
A médica pneumologista Beatriz Gehm Moraes atribui o índice alarmante ao fato
de Porto Alegre liderar o consumo de tabaco e derivados entre as capitais
brasileiras.
– Como aqui se fuma mais, as doenças relacionadas ao tabagismo, incluindo o
câncer de pulmão, têm a sua incidência mais elevada. A taxa de ocorrências de
câncer de pulmão em um determinado estado reflete o consumo de tabaco nesse
local – associa.
Na opinião da especialista, a perspectiva é preocupante. – Se não forem tomadas medidas mais efetivas de prevenção ao tabagismo, a
tendência será de aumento na incidência de câncer de pulmão no RS – alerta.
Estatisticamente, os fumantes têm risco entre 20 a 30 vezes maior de desenvolver
a doença.
O melanoma, tipo mais agressivo do câncer de pele, apresenta uma projeção de
crescimento superior em 16,9% com relação a São Paulo. O oncologista clínico
Jéferson Vinholes, da Clinionco, justifica a tendência.
– Não temos a cultura da prevenção. Os índices de melanoma estão subindo
incrivelmente e o uso atual de protetor solar apenas está prevenindo os
resultados para os próximos 10 ou 20 anos. Os tumores que aparecem hoje são
resultado da exposição acumulada nas últimas duas décadas – destaca.
Se considerarmos todas as neoplasias que figuram no estudo realizado pelo
INCA a cada dois anos, segundo a estimativa mais recente, o Rio Grande do Sul
teria 14,5 mil casos de câncer a mais que São Paulo.
FONTE: Bem estar, 8/04/2013.
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