País deverá ter 576.580 novos casos de câncer em 2014






Johanna Nublat
De Brasília

                          Estimativa divulgada pelo Ministério da Saúde, na quarta-feira (27) aponta para a ocorrência de 576.580 novos casos de câncer no Brasil, em 2014.
                          O estudo é feito pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer) com base nos registros de casos e mortalidade por câncer. A estimativa é divulgada a cada dois anos, com o objetivo de desenhar o cenário da doença no país e permitir ajustes nas políticas públicas.
                          A estimativa anterior, divulgada em 2011, apontava para a potencial ocorrência de 519 mil casos em 2012 -- os dados de quantos ocorreram, de fato, não estão consolidados.
                          Do total de casos esperados, 182 mil são de tumor de pele não melanoma, o mais frequente entre homens e mulheres e com evolução geralmente bem menos grave que os demais tipos.
                          Excetuando-se o tumor de pele não melanoma, entre as mulheres, o câncer mais frequente esperado continua sendo o de mama (20,8%) -- apenas no Norte, o câncer de colo do útero lidera entre os casos esperados. De acordo com Cláudio Noronha, coordenador de prevenção e vigilância do Inca mantém-se a tendência de alta do câncer de mama pelo envelhecimento da população.
                         Diferentemente dos estudos anteriores, o levantamento de 2013 indica que, ainda entre as mulheres, o câncer de cólon e reto vai ultrapassar o do colo do útero e assumir a segunda posição entre os mais frequentes. Assim, estima-se que o de cólon e reto represente 6,4% dos casos entre as mulheres, e o de colo do útero, 5,7%.
                        "Decidimos criar uma reunião com o comitê de especialistas para ver se não está na hora de o Brasil adotar medidas de rastreamento mais precoce do intestino baixo. A maior parte dos países não tem medidas como essa, iremos discutir com especialistas a possibilidade ou não de o Brasil adotar medidas de rastreamento e campanhas específicas", afirmou o ministro Alexandre Padilha (Saúde).
                       Segundo Noronha, alguns países, como Inglaterra e Finlândia, adotam o rastreamento precoce do câncer. Uma das maneiras, diz, é pela realização de um exame que busca sangue nas fezes. A partir dele, porém, é necessário realizar exames mais complexos, como a colonoscopia.
                       Questionado sobre a capacidade de a rede pública realizar esses exames amplamente, Noronha diz que será necessário investimento. "Tem que discutir se temos infraestrutura, precisaremos de treinamento."
                        Entre os homens, excetuando-se o tumor de pele não melanoma, o câncer de próstata continua no topo do ranking (22,8%), com tendência de alta também pelo envelhecimento da população, segundo o Inca. Em seguida, vem o câncer de traqueia, brônquio e pulmão (5,4%) e o de cólon e reto (5%).
                        "O câncer cresce no Brasil seguindo uma tendência internacional, fortemente influenciado pelo envelhecimento da população. Outros fatores de risco também são importantes, o principal deles é o tabagismo", explicou o representante do Inca. 




ATRASO NO SISTEMA
 
                        Segundo o ministro Padilha, o governo prorrogou para 2014 o prazo limite para que Estados e municípios façam o registro de novos casos de câncer no sistema informatizado nacional lançado neste ano -- o prazo original era agosto de 2013.
                       O objetivo da ferramenta é, entre outros, garantir o respeito ao prazo máximo para o início do tratamento do câncer, de 60 dias a partir do diagnóstico, como determinado em lei.
                      "Alguns Estados já vêm utilizando a ferramenta de forma adequada. Por pedido de Estados e municípios, o Ministério da Saúde estabeleceu a obrigatoriedade para o começo de 2014, pelo processo de implantação", explicou o ministro. 


FONTE: Folha de S. Paulo, 27/11/2013









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