Soneca faz bem para a memória


Pesquisadores alemães afirmam que sono de 40 minutos ajuda a consolidar novas informações


    O melhor meio de não esquecer uma poesia ou um teorema que uma pessoa acaba de aprender pode ser o simples ato de fazer a sesta.
    A afirmação é de cientistas alemães. Suas experiências, publicadas na revista Nature Neuroscience, mostram que, durante o sono, o cérebro resiste melhor a tudo o que pode misturar ou alterar uma lembrança recente.


    Estudos anteriores já haviam provado que a memória recente, estocada temporariamente numa região do cérebro chamada hipocampo, não se fixa imediatamente. Sabe-se, também, que a reativação das lembranças, pouco tempo após serem adquiridas, desempenha um papel determinante em sua transferência para a zona de estocagem permanente, o neocórtex, espécie de "disco rígido" do cérebro. 
    Mas, por exemplo, aprender um segundo poema no mesmo intervalo pode tornar mais difícil gravar o primeiro na memória longa. Partindo do princípio de que o sono não tivesse nenhuma influência neste processo, Bjorn Rasch e seus colegas da Universidade de Lübeck, na Alemanha, quiseram se assegurar numa experiência com voluntários para fixação da memória (veja quadro abaixo).
    Após um sono de apenas 40 minutos, uma quantidade importante de lembranças já havia sido "telecarregada" numa zona do cérebro na qual "não podiam mais ser misturadas por novas informações tratadas no hipocampo", explicou Susanne Diekelmann, responsável pelo estudo.
    Segundo ela, o efeito benéfico das sestas na consolidação da memória poderia ter implicações interessantes para as atividades de aprendizagem intensiva, como a de línguas estrangeiras.


A pesquisa

Os pesquisadores pediram a 24 voluntários que memorizassem 15 pares de cartas com imagens de animais e objetos. Quarenta minutos mais tarde, a metade dos que foram mantidos despertados precisou memorizar uma outra série de cartas levemente diferentes.

A outra metade, os 12 outros voluntários, tiveram o direito de fazer uma curta sesta antes de memorizar a segunda série de cartas.

Os dois grupos foram testados em seguida sobre sua capacidade de se lembrar da primeira série. Os que dormiram um pouco tiveram um desempenho melhor, lembrando-se, em média, de 85% das cartas, contra 60% entre os que foram mantidos acordados.


Fonte: Zero Hora, 27 de janeiro de 2011. p. 39 


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