Consumo excessivo de álcool cresce 24% entre as mulheres
CLÁUDIA COLLUCCI
de São Paulo
FERNANDO TADEU MORAES
colaboração para a FOLHA
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O levantamento mostra que quase um em cinco bebedores frequentes consome
álcool de forma abusiva e tem um comportamento compatível com
dependência.
de São Paulo
FERNANDO TADEU MORAES
colaboração para a FOLHA
As mulheres estão bebendo mais e com mais frequência. Nos últimos seis
anos, a proporção das que consomem álcool de maneira excessiva aumentou
24%, passando de 15% para 18,5% das brasileiras.
É o que revela o segundo levantamento nacional de álcool, divulgado ontem pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Foram entrevistadas 4.607 pessoas com 14 anos ou mais em 149 municípios brasileiros. Desse total, 1.157 eram adolescentes. Segundo Ronaldo Laranjeira, professor titular de psiquiatria da Unifesp e
coordenador do levantamento, o aumento do consumo de álcool por
mulheres reflete a maior frequência do ato de beber socialmente, e não
em casa.
"Mulheres que socializam como homens estão bebendo tanto quanto eles."
Esse consumo excessivo de álcool é o que os especialistas chamam de
"binge", isto é, a ingestão de quatro unidades ou mais de bebida, para
mulheres, e cinco unidades ou mais, para homens, em um período curto de
tempo (duas horas).
Na pesquisa, uma unidade de álcool equivale a uma lata de cerveja, uma taça de vinho ou uma dose de vodca.
Entre 2006 e 2012, houve um aumento de 31% nessa forma de consumo entre os brasileiros que bebem.
Os dados mostram que, no geral, houve um aumento de 20% na proporção de bebedores frequentes (uma vez por semana ou mais).
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Segundo Laranjeira, o brasileiro tem um comportamento diferente em relação à bebida do observado em outras partes do mundo.
"Na Europa e nos EUA, temos uma taxa baixa de abstêmios e uma taxa alta
de bebedores moderados. Aqui, há muitos abstêmios e, comparando com os
dados de 2006, quem já bebia passou a beber mais e com maior
frequência", disse o psiquiatra.
FONTE: Folha de São Paulo: Equilíbrio e Saúde, 11/04/2013
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